Em setembro, no mercado à vista e futuro o total de saída líquida atingiu R$ 5,5 bilhões; em outubro, esse número já chega a R$ 4,6 bilhões
O mercado de capitais brasileiro tá sentindo o baque com a saída em massa dos investidores estrangeiros, que estão cada vez mais desconfiados das condições econômicas por aqui. Em setembro, após dois meses de compras líquidas, o jogo virou. Só no mês passado, R$ 1,7 bilhão foi retirado do mercado à vista e mais R$ 3,8 bilhões saíram do mercado futuro. Ou seja, o pessimismo tomou conta!
Esse êxodo reflete a piora do ambiente macroeconômico no Brasil, com as taxas de juros subindo, enquanto no resto do mundo a tendência tem sido o contrário. Além disso, as preocupações fiscais voltaram a pesar, assustando ainda mais os gringos.
Felipe Veiga, estrategista de ações da XP, explicou no Morning Call que essa mudança de postura dos investidores estrangeiros é uma resposta direta ao cenário doméstico, que ficou cada vez mais hostil. “O aumento das taxas de juros no Brasil foi na contramão dos bancos centrais globais, e as preocupações fiscais voltaram a ser um grande fator no radar dos investidores”, afirmou.
E essa tendência não deu trégua em outubro! Mais R$ 1 bilhão saiu do mercado à vista, e outros R$ 3,6 bilhões do mercado futuro, segundo dados da XP. No acumulado do ano, o saldo de saída estrangeira já soma R$ 21,4 bilhões no mercado à vista e R$ 2,6 bilhões no mercado futuro. O impacto disso nas decisões dos investidores internacionais é evidente e reforça o clima tenso que o Brasil enfrenta no mercado.
Brasileiros na Bolsa: a galera de casa está segurando as pontas!
Se por um lado os gringos estão caindo fora, por outro, os investidores domésticos, tanto institucionais quanto pessoas físicas, estão assumindo as rédeas. Em setembro, eles colocaram R$ 900 milhões no mercado à vista e R$ 3,2 bilhões no mercado futuro. E, acredite, isso é muito por conta da galera pessoa física, que tá indo com tudo!
A tendência positiva continuou em outubro, com entradas ainda maiores. Até o momento, já foram R$ 1,8 bilhões no mercado à vista e R$ 3,5 bilhões no futuro. Então, apesar da fuga dos estrangeiros, os brasileiros estão de olho nas oportunidades!
Indústria de fundos tem mês para esquecer
Agora, nem tudo são flores. A indústria de fundos teve seu pior mês de 2024 em setembro, com uma saída líquida de R$ 53,9 bilhões. Isso foi por vários motivos: os fundos multimercados registraram a maior retirada líquida do ano, a captação de renda fixa desacelerou feio, e os fundos de ações continuam em baixa com mais um mês de fluxos negativos.
Só para ter uma ideia do estrago, no acumulado do ano, os fundos multimercados já viram R$ 198 bilhões irem embora. É muita grana saindo, e o reflexo tá aí: o volume médio diário negociado na Bolsa caiu para R$ 23 bilhões em setembro, bem abaixo da média dos últimos 12 meses, que era de R$ 24,8 bilhões.
Então, o mercado tá numa gangorra: enquanto os gringos saem correndo, os brasileiros começam a ocupar o espaço. Mas ainda tem muita coisa no radar, e o cenário fiscal segue como um dos grandes desafios para dar aquela virada no jogo.
Assessor de Investimento Especialista em Renda Variável, Derivativos e Commodities.
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