
Inflação pode complicar a vida de Trump com o Fed; o que esperar do Ibovespa nesta sexta (28)
A sexta-feira promete ser agitada para os mercados, com a divulgação do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) de fevereiro nos Estados Unidos. Esse é o principal termômetro inflacionário do país e o favorito do Federal Reserve para calibrar suas decisões de política monetária.
Inflação no radar e Trump no jogo
As projeções do mercado indicam um aumento mensal de 0,3% tanto no PCE cheio quanto no núcleo (que exclui alimentos e energia), enquanto a taxa anual deve ficar em 2,5% e 2,6%, respectivamente.
O problema? Se a inflação vier acima do esperado, o Federal Reserve pode manter os juros elevados por mais tempo, o que pode mexer com o humor dos investidores. E nesse jogo, Donald Trump pode ser um fator de pressão inflacionária.
Nesta semana, ele confirmou uma tarifa de 25% sobre importação de carros e autopeças, com mais medidas protecionistas prometidas para a próxima semana. Apesar de tentar acalmar os mercados ao sugerir que as taxas podem ser menores do que o inicialmente previsto, a incerteza permanece.
Na prática, tarifas de importação elevam os custos e podem impulsionar a inflação, afastando ainda mais o índice da meta de 2% perseguida pelo Fed. E isso pode azedar as expectativas de corte de juros, afetando as bolsas globais.
Não à toa, os mercados estão reagindo: as bolsas asiáticas fecharam em queda, enquanto Europa e futuros de Wall Street também operam no vermelho.
O que esperar do Ibovespa?
No Brasil, o dia será marcado pela divulgação de dados importantes, como os números do Caged e a taxa de desemprego, medida pela Pnad Contínua. O mercado espera a criação de 400 mil vagas formais em fevereiro, enquanto a taxa de desemprego pode subir de 6,5% para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro.
No mundo corporativo, os investidores acompanharão os balanços da Gol (GOLL4) e da Copasa (CSMG3).
Na quinta-feira, o Ibovespa encerrou em alta de 0,47%, alcançando 133.148,75 pontos, seu maior nível desde setembro. O movimento positivo foi impulsionado por uma surpresa na prévia da inflação e pela alta das commodities. No entanto, as incertezas sobre as tarifas de importação dos EUA limitaram os ganhos.
O dólar também subiu, fechando a R$ 5,7533 (+0,36%).
Confira a agenda econômica desta sexta-feira (28)
Indicadores econômicos
- 07h: Zona do Euro – Índice de Confiança do Consumidor
- 08h: Brasil – IGP-M
- 09h: Brasil – Pnad Contínua
- 09h: Brasil – Pesquisa Firmus
- 09h30: EUA – PCE (dado mais esperado do dia)
- 11h: EUA – Índice de Sentimento do Consumidor
- 14h: EUA – Poços e Plataformas em Operação
- 14h30: Brasil – Caged
- 14h30: Brasil – Relatório mensal da dívida pública federal
Como está o mercado agora?
Bolsas asiáticas
- Nikkei (Japão): -1,80%
- Hang Seng (Hong Kong): -0,65%
- Xangai (China): -0,67%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- FTSE100 (Londres): -0,07%
- DAX (Frankfurt): -0,68%
- CAC 40 (Paris): -0,66%
Futuros de Wall Street
- Nasdaq: -0,40%
- S&P 500: -0,25%
- Dow Jones: -0,18%
Commodities
- Petróleo Brent: -0,11%, a US$ 73,26 o barril
- Petróleo WTI: -0,03%, a US$ 69,09 o barril
Criptomoedas
A sexta promete! Fique de olho no Mercado Mil Grau para acompanhar as principais movimentações do mercado.

Assessor de Investimento Especialista em Renda Variável, Derivativos e Commodities.